O senador Eunício Oliveira (PMDB) encaminhou voto favorável à abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, por entender que “toda e qualquer denúncia deve ser investigada”. A decisão pode ser interpretada como uma alfinetada na presidente Dilma Rousseff (PT), em razão do cenário eleitoral no Ceará, com o possível racha entre o Pros e o PMDB. Em caso de rompimento, o PT de Dilma Rousseff tende a ficar ao lado do candidato indicado pro Cid Gomes que, no ano passado, deixou o PSB de Eduardo Campos para seguir na base de apoio da petista e apoiar a reeleição dela ao Palácio do Planalto.
Eunício trabalha a tese de que, em caso de dois palanques no Ceará, Dilma deve ficar “neutra” na disputa estadual. O senador cearense, no entanto, nega a relação entre a investigação que pode levar desgaste ao governo Dilma em ano eleitoral, e a possível pressão para ter a neutralidade da petista na disputa à sucessão de Cid Gomes. “Com todo o respeito que tenho pelo senador Aécio Neves, jamais participaria de algo que fosse ‘chicana’ [trapaça ou tramoia]. Jamais faria esse papel. Quero deixar bem claro que assinei uma CPI porque entendo que todas as denúncias devem ser apuradas”, disse. Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) suspendeu a reunião sem a conclusão da votação do relatório que define se a CPI da Petrobras irá investigar apenas a estatal ou mais assuntos. O encerramento da sessão ocorreu após o pedido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para que se iniciassem as votações do dia no plenário da Casa. A votação será retomada hoje, às 9h. Com isso, o governo consegue mais tempo para articular estratégias e evitar a instauração da CPI. A sessão de ontem foi marcada pelos protestos dos senadores do PSDB e do DEM, que pedem uma CPI exclusiva para a Petrobras.
Fonte: O Estado do Ceará
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