Prefeito do Rio prometeu, mais uma vez, que tudo será entregue no prazo. Para o vice-presidente do comitê, situação está 'crítica', mas não existe um plano B
Eduardo Paes, prefeito do Rio (Eliária Andrade/Agência o Globo)
Eduardo Paes foi incapaz de rebater os comentários preocupados do Comitê Olímpico Internacional (COI) quanto aos atrasos do Rio de Janeiro na preparação para a Olimpíada de 2016. Ninguém melhor do que o prefeito sabe que não há tempo a perder. "Temos de aceitar as críticas e trabalhar muito, com zelo e dedicação, para entregar tudo direitinho", limitou-se a declarar Paes, depois de ver o vice-presidente do COI, John Coates, manifestar publicamente sua irritação com os problemas observados na próxima sede olímpica.
O cartola aumentou ainda mais a pressão sobre os brasileiros ao dizer, durante um fórum sobre os Jogos em Sydney (palco de uma Olimpíada considerada exemplar), que o Rio de Janeiro vive situação "crítica", com os piores preparativos que ele já viu em sua carreira. Coates visitou a capital fluminense seis vezes como membro da Comissão de Coordenação do COI que supervisiona os Jogos. O australiano disse que a equipe carioca tem o mesmo tamanho da que estava envolvida nos Jogos de Londres-2012 nessa mesma etapa dos preparativos (cerca de 600 pessoas), mas não conta com a experiência necessária para a empreitada.
Em VEJA desta semana: É hora de correr com a organização no Rio
Coates descartou, porém, a possibilidade de transferência dos Jogos para outra cidade-sede, como os mais pessimistas chegaram a defender. "O COI adotou um papel mais ativo, algo sem precedentes para o comitê, mas não há plano B. Vamos ao Rio." Mas confirmou que o Comitê se viu obrigado a adotar medidas "sem precedentes", colocando especialistas para atuar no comitê organizador e para garantir que o megaevento seja preparado a tempo. "O COI criou uma força especial para tentar acelerar os preparativos, mas no local a situação é crítica", afirmou.
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O que falta para concluir três obras cruciais da Olimpíada
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Subestação Olímpica
Função: fornecer energia elétrica ao Parque Olímpico
Custo: 152 milhões de reais
Início: as obras ainda não começaram
Promessa: conclusão em maio de 2015
Como está: só em janeiro foi criada a empresa responsável pela construção e pela operação do empreendimento
Por que atrasou: a subestação não estava prevista no dossiê de candidatura do Rio e sua construção foi uma exigência do COI, feita no fim do ano passado
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Projeção divulgada pelas autoridades municipais do Rio mostra como deve ficar uma das regiões transformadas pela Olimpíada de 2016 - Empresa Olímpica Municipal/Divulgação
Os exemplos de Londres 2012 para o Rio 2016
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Alternativas para o trânsito
Londres apresentou excelente gerenciamento de transporte e fluxo de multidões. A cidade, que já é reconhecida por ter um dos serviços de transporte mais completos do mundo, desenvolveu uma campanha específica para evitar transtornos no trânsito. Além de aumentar a capacidade do transporte público para atender à grande demanda, a organização dos Jogos incentivou os moradores a trabalhar em horários alternativos ou em casa e a tirar férias durante o período.
(Com agência France-Presse)
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