quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dilma autoriza uso da Força Nacional em PE devido à greve da PM



Policiais militares e bombeiros de Pernambuco se concentraram na frente da sede do governo do Estado, no centro do Recife

Os policiais militares de Pernambuco decidiram em assembleia, no início da noite desta quarta-feira (14), continuar com a greve iniciada na noite dessa terça-feira (13). Eles não abrem mão de um reajuste de 50% nos salários dos praças e 30% dos oficiais.

Segundo as associações, cerca de 80% da tropa da PM aderiu à paralisação, e os veículos estão parados nas sedes dos batalhões. 

Por conta da paralisação, moradores relataram clima de medo nas maiores cidades, e órgãos públicos e estabelecimentos comerciais mudaram a rotina nesta quarta-feira. Muitos boatos pelas redes sociais também aumentaram o pânico na população.

O governador João Lyra Neto (PSB) pediu à presidente Dilma Rousseff a presença da Força Nacional de Segurança no Estado e um reforço da presença do Exército, e teve os pedidos atendidos pelo Governo Federal. 

"Não tive outra saída a não ser chamar a Força Nacional de Segurança Pública para aumentarmos o sistema de segurança", afirmou o governador. "Não poderia permitir que se instalasse esse clima de insegurança. As tropas da Força Nacional chegam nesta madrugada (de quarta para quinta) e o Exército, amanhã"

O governo do Estado também decidiu solicitar a ilegalidade e abusividade da greve na Justiça Estadual, e pedir a decretação da ilegalidade no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em nota, o governo disse que concedeu, nos últimos anos, reajustes acima da inflação. E que, na atual negociação, "um dos itens [de reajuste] não pode ser atendido por ferir a legislação eleitoral que veda a concessão de vantagem financeira neste período." "A comissão de deputados levou o aceite dos três itens aos representantes da categoria que concordaram em levar esta proposta para os militares. Entretanto, infelizmente a Assembléia da categoria decidiu pela manutenção da greve", afirma o texto.

Pela manhã, os militares se recusaram a participar de uma operação para prisão de acusados de tráfico, que acabou realizada apenas por policiais civis. 
Greve em Pernambuco

O que pedem os PMs - Reajuste de 50% para praças e 30% para os oficiais - Aumento do Vale-Alimentação de R$ 150 para R$ 500 - Plano de Cargos e Carreiras - Reforma do Hospital Militar

O que o governo propôs - Incorporação da gratificação de risco de vida ao salário - Solução para Plano de Cargos e Carreira até o final de julho - Criação de comissão para analisar e reformar o hospital

Greve

Nesta tarde, os militares tiveram uma reunião com deputados estaduais, que levaram uma proposta do governo. Mas os militares recusaram a proposta e decidiram acampar em frente ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo.

"Repassamos para a tropa que o governo disse que a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Eleitoral não permitem reajuste nesse momento. Mas, em assembleia, a tropa entendeu que esse é, sim, o momento oportuno e vai buscar brechas na lei. Vamos contratar bons advogados para, juntamente com a tropa, discutir com a Assembleia e buscar uma solução ideal para essa manifestação", disse o soldado Joel Maurício, representante da Associação de Cabos e Soldados, no início da noite, após a decisão.

Ainda segundo Maurício, chegou-se a um acordo com relação à incorporação de um benefício. "O que ficou acordado foi que seria incorporado o risco de vida ao salário-base. Hoje, isso é uma gratificação que não se leva para inatividade", disse. O Estado anunciou que vai pedir apoio da Força Nacional de Segurança Pública e vai pedir, à Justiça, a decretação da ilegalidade da greve dos militares.

Via Uol

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