O
PSDB confirmou nesta segunda-feira o nome do senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP) como vice na chapa de Aécio Neves na corrida pelo
Palácio do Planalto. A decisão foi comunicada pelo próprio candidato
tucano à Presidência, após uma reunião da cúpula do PSDB, em
Brasília: "Não é apenas um homem para ser vice-presidente da República, é
um homem que, em qualquer eventualidade, está preparado para assumir a
Presidência do Brasil", afirmou o senador mineiro sobre o companheiro de
chapa. O prazo para a escolha se encerrava nesta segunda-feira. A
reunião também confirmou a aliança dos tucanos com outros sete partidos:
DEM, PTB, SD, PTC, PTN, PMN e PTdoB. Serrista, Aloysio tem 69 anos e
foi um dos primeiros aliados do ex-governador de São Paulo a apoiar o
nome de Aécio para a Presidência da República. A escolha de seu nome
como vice é interpretada como uma tentativa de consolidar a união do
PSDB e, segundo interlocutores, atende à ala paulista do partido, que
pressionava por uma chapa “puro sangue”. ]
"É
uma homenagem à coerência, matéria-prima essencial à vida pública e
que, lamentavelmente, está em falta no Brasil A trajetória exemplar de
Aloysio durante toda a sua vida, sempre na defesa da democracia, da
liberdade, da ética na vida pública faz com que, a partir de
agora, nossa caminhada se fortaleça enormemente," afirmou Aécio Neves.
Ex-secretário da Casa Civil de São Paulo, o senador tem ainda boa
interlocução com prefeitos do interior do Estado. A escolha de Aloysio é
também uma tentativa de Aécio se firmar na região Sudeste. A última
pesquisa Ibope aponta vantagem confortável para Dilma em São Paulo,
maior colégio eleitoral do país. Aloysio Nunes Ferreira foi eleito
senador em 2010 com mais de 11 milhões de votos - e é esse capital
político que a campanha de Aécio pretende utilizar nas eleições de
outubro. Naquele ano, Orestes Quércia (PMDB) era o candidato mais forte
da coligação tucana, mas se afastou para tratamento médico e pediu votos
para Aloysio, que subiu nas pesquisas e acabou se elegendo em primeiro
lugar. Apesar de a lista de potenciais vices do tucano já ter incluído
opções como a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, a
deputada Mara Gabrilli e o próprio José Serra, nos últimos meses as
negociações tinham se resumido a dois nomes: o de Aloysio e o do
ex-governador do Ceará Tasso Jereissati. Com o rearranjo político, Tasso
foi confirmado como candidato ao Senado pelo Ceará, em composição com o
peemedebista Eunício Oliveira. O senador José Agripino Maia (RN),
presidente do DEM, será o coordenador-geral da campanha. Ele também
chegou a ser cotado como um possível vice de Aécio, mas concordou com a
indicação de Aloysio. O senador tucano foi filiado ao PMDB, elegeu-se
duas vezes deputado estadual e uma deputado federal pela sigla. Em 1999,
já no PSDB, conquistou por outros dois mandatos assento na Câmara em
Brasília. Ele foi vice-governador de São Paulo, ministro-chefe da
Secretaria Geral da Presidência da República e ministro da Justiça no
governo de Fernando Henrique Cardoso e chefe da Casa Civil na gestão de
José Serra.
Temperamento - O
vice de Aécio se disse "emocionado" com a escolha e afirmou que não
mudou de lado desde os 18 anos de idade, quando ingressou na Faculdade
de Direito do Largo de São Francisco. "Basicamente as minhas convicções
são as mesmas em torno da democracia, liberdade, pluralismo e a luta
pela igualdade", disse o senador. Aloysio também teve de responder sobre
seu comportamento pouco tolerante a provocações. No atual mandato, ele
já perdeu a paciência com militantes ambientalistas ("Vocês nunca viram
uma galinha na vida, seus m...!", disse, em uma comissão do Senado) e
proferiu xingamentos quando interpelado por um baderneiro petista.
"Infelizmente, ainda não há transplante de alma. Se tivesse eu
transplantava a alma do Dalai Lama na minha", brincou o senador nesta
segunda-feira.
Fonte: Revista Veja
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