terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Últimas notícias: Dólar supera R$ 2,90; maior valor em 10 anos



Mesmo recuando e fechando em R$ 2,87, a moeda norte-americana ainda está no maior patamar desde 2004
São Paulo/ Fortaleza. Após superar a cotação de R$ 2,90 no início da sessão, o dólar recuou e fechou estável no mercado cambial, ajudado por um alívio no cenário externo e também por operações de captação no exterior, que teriam pressionado em baixa a moeda americana.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com leve queda de 0,14%, a R$ 2,873, ainda no maior patamar desde 25 de outubro de 2004. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou estável em R$ 2,879, também no maior valor desde 25 de outubro de 2004.

O dia foi de instabilidade no mercado cambial. Logo no começo da sessão, a moeda americana subiu a R$ 2,90, no que seria sua quinta alta seguida. "Houve grande volatilidade no dia, mas a moeda mostrou resistência em R$ 2,90", avalia Fabiano Rufato, gerente-sênior da mesa de câmbio da Western Union.

"O mercado tem uma fatia que é especulação, pois há investidores que gostam dessa oscilação e volatilidade, mas tem uma parte que é fundamento. Houve uma resistência nesse patamar de R$ 2,90, os investidores não testaram acima desse nível", ressalta Rufato.

Casas de câmbio

Em Fortaleza, mesmo antes do encerramento do mercado financeiro, a moeda americana chegou a custar R$ 3,20 nas casas de câmbio. O valor mais barato encontrado foi R$ 2,98, na Sadoc Câmbio eTurismo. "Mesmo com a alta, a procura pela moeda está constante para mais. Muita gente viajou e teve que comprar, mas reclamaram bastante do valor", afirma o atendente da Sadoc Felipe Caetano.

Na Labor Câmbio a moeda custava R$ 3,01. Segundo a gerência da casa, mesmo com o preço elevado, a procura continua alta pela moeda, principalmente por quem deixa para comprar de última hora, antes deviajar. Na Confidence Câmbio, o dólar estava sendo vendido a R$ 3,09, enquanto a Trip Time praticava um dos preços mais altos encontrados na Capital ontem, R$ 3,20.

Cenário internacional

O alívio na crise grega durou pouco e foi substituído pela incerteza em torno da apresentação da lista de reformas que o País pretende realizar dentro do acordo alcançado na sexta-feira com ministros das Finanças da zona do euro. Inicialmente, a Grécia apresentaria essa relação nesta segunda, mas adiou o anúncio para hoje.

Os mercados financeiros têm sido pressionados por preocupações com a possibilidade de os desentendimentos entre a Grécia e seus parceiros europeus levarem à saída de Atenas da zona do euro, em mais um golpe à recuperação econômica global.

Influência da retração

No cenário doméstico, os investidores analisaram a mais recente pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central entre economistas e instituições financeiras. De acordo com o boletim, a economia deve ter retração de 0,50% neste ano.

Apesar do maior cenário de aversão ao risco em relação ao real, há informações de que uma operação de captação da Petrobras no exterior teria pressionado em baixa a moeda americana. De acordo com operadores, a empresa teria captado US$ 1,8 bilhão, o que tornou o fluxo cambial favorável ao País.

Fonte: Diário do Nordeste

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